Como prometido essa é a primeira "reportagem" sobre os quadrinhos de MOTU pelo mundo. Começaremos pela mais longeva série dos anos 1980: "Motu Made in UK"! A fonte para nossa matéria é o blog "www.motuukcomics.co.uk", que fez uma cobertura bem completa sobre essa grande fase!
fonte: www.motuukcomics.co.uk
Em março de 1986 chegava às bancas da Inglaterra o #1 da revista Masters of the Universe, publicada pela London
Editions; uma subsidiária da empresa Egmont em Copenhague. Os quadrinhos de MOTU
obtiveram imediatamente fortes vendas e uma resposta entusiástica dos leitores. Em relação à produção dos quadrinhos, Brian Clarke escreveu 80% das
histórias e supervisionou todas as outras para
garantir uma continuidade consistente. Ele também escreveu a maioria dos
editoriais que iniciavam cada edição e respondia às perguntas dos leitores na
página das cartas, sob o disfarce de um personagem chamado Scrollos, o Guardião
dos Pergaminhos.
Scrollos - fonte: www.motuukcomics.co.uk
Então, podemos afirmar que todo o
cânone dos quadrinhos do Reino Unido foi a visão de Brian Clarke. Desde o início, os
quadrinhos apresentaram sua visão distinta da lenda MOTU. Embora possam ter
seguido algumas dicas sutis dos minicomics da Mattel e da série de desenhos
animados da Filmation, os quadrinhos operavam dentro de uma continuidade própria
completamente separada, que, de certa forma ignorou os outros cânones e apresentou sua
própria versão do mito.
De acordo com o blog "cada edição da revista
apresentava três histórias curtas e independentes. Devido a limitações
financeiras, a primeira e a terceira histórias de cada edição (ambas com cinco
páginas) seriam em sua maioria em preto e branco, com apenas uma ou duas
páginas coloridas (página 1 da história 1 e páginas 1 e 5 da história 3), enquanto
a segunda história (seis páginas em vez de cinco) apareceria em cores. Apesar
da curta duração dessas histórias, o nível de detalhe e complexidade das tramas
era simplesmente surpreendente." Continuando "as diretrizes da Mattel para a produção das histórias, eram rigorosas: a violência deveria ser mantida ao mínimo e nenhum personagem
poderia ser gravemente ferido ou morto. Esta diretriz provou ser uma sorte - em vez de suavizar o tom, isso permitiu
desafios complexos que normalmente seriam resolvidos por uma solução baseada em estratégia mental e não física, para derrotar as Forças Malignas do Esqueleto. As histórias eram escritas para serem
apreciadas por todas as idades, jovens e adultos. A Série teve uma pegada mais "sci fi" do que fantasia e barbarismo. Era uma ficção científica
divertida e inteligente, e a forma perfeita de entretenimento para todas as
faixas etárias. Com o forte foco no
gênero da ficção científica e o amor do escritor/editor Brian Clarke pelo gênero, os quadrinhos muitas vezes prestavam homenagem aos clássicos
filmes cult de ficção científica, TV e quadrinhos.

MOTU UK #5
Referências sutis e piadas
internas seriam frequentemente colocadas em alusão a outras franquias de ficção
científica, e certas ideias e elementos do enredo seriam emprestados em
homenagem à ficção científica clássica. Da mesma forma, os designs das capas
muitas vezes prestavam homenagem às capas de quadrinhos clássicos, com a edição
nº 5 replicando o design de uma capa clássica de Conan, enquanto a edição nº 19
reproduzia a capa de um antigo quadrinho Blackhawk da década de 1950. Muitos personagens tiveram a sua origem contada de maneira diferente de outras mídias, como Webstor sendo um inventor de Esqueleto; Gorpo pouco apareceu nesses quadrinhos, exceto por uma tira cômica própria, sempre publicada nas contracapas da edição. Alguns personagens inéditos foram criados como: o malvado feiticeiro
Wraithbinder, cuja aparência era distinta entre os vilões MOTU, seu traje
lembrava os puritanos do século XVII; outro foi The Collector, um
criminoso viajante espacial que raptou o guerreiro mais forte de cada planeta
que visitou, com a intenção de reunir todos os guerreiros em um gigantesco
torneio de jogos em seu mundo natal para encontrar o guerreiro mais poderoso do
universo.
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MOTU UK #19
Embora nunca tenham um
tom abertamente sombrio devido às restrições da época, eram sutilmente mais sombrios e sérios do que a série de
desenhos animados. Tínhamos a sensação de que Esqueleto e Hordak representavam uma ameaça
definitiva para os heróis de Etérnia. Ainda que as histórias tivessem momentos de comédia, o humor era mais "britânico no estilo", sem ser caricatural, de acordo com o blog inglês.
A revista teve uma primeira fase, totalmente produzida na Inglaterra, que foi até o número 49. A partir do número 50, a série começou a ter material republicado da Alemanha, da EHAPA, uma subsidiária da editora Inglesa (material que mostramos em uma outra postagem aqui no blog), mesclado com material inglês. Para que não causasse estranheza nos leitores, o editor Brian Clarke, não apenas traduziu o material, mas também o adaptou, mudando diálogos e às vezes até alterando as histórias, para que essas fossem "incorporadas" na cronologia Inglesa, referenciando fatos passados em outras histórias e explicando mudanças de layout (cidades, veículos, castelos), por exemplo. Houve cuidado do editor em interligar as histórias até no final da revista (número 72) para as novas aventuras de He-Man, as aventuras espaciais (essas produzidas na Alemanha, e traduzidas). Para o fã inglês, foi um universo cronologicamente coeso, com histórias empolgantes, criativas, que levaram, de maneira natural, para a nova abordagem do espacial do personagem.

MOTU UK #50
Além dessa revista quinzenal, também teve a "MOTU Adventure Magazine", totalmente em cores, periodicidade mensal, com material original inglês; Também foi publicada uma revista da She-Ra, que durou 12 edições e tinham uma abordagem mais para o universo da fantasia e um público mais infantil.
A fase inglesa de MOTU durou de 1986 a 1991, de maneira ininterrupta.
No Brasil tivemos muito pouco publicado dessa fase, sendo:
MOTU UK #01 publicada na MOTU BR #25;
MOTU UK#02 e 05 publicada na MOTU BR#26;
MOTU UK #03 publicada na MOTU BR #27 e
MOTU BR#30 trouxe apenas a capa da edição #1 Inglesa, sem histórias daquele país.
A She-Ra inglesa foi publicada quase que na íntegra por aqui.
#26 - Editora Abril
#30 - Editora Abril O site guiadosquadrinhos.com tem quase todas as capas inglesas disponíveis para consulta. Vale a pena conferir.
Trouxemos um breve panorama da publicação desse país, mas o blog "www.motuukcomics.co.uk" traz toda a história, em inglês, inclusive com resenha de algumas edições, entrevistas, detalhando quase que número a número o conteúdo dessas publicações. O autor daquele blog sugere que peçamos na página da editora Dark Horse americana uma compilação/reedição desse material, a exemplo do que foi feito com as minicomics originais. Eu já pedi!
Este artigo é muito interessante pena que foram poucos números publicados no Brasil deveria ter um Omnibus do He Man de todas as edições
ResponderExcluirObrigado pelo comentário! Eu estou torcendo para que saia um dia, como fizeram com as tiras de jornal e com os mini comics.
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